Bíblia
Um dos blocos documentais do Novo Testamento é, como se sabe, constituído por cartas, epístolas. Ora, um dos primeiros aspectos da epístola, é a de ser um texto dirigido por alguém a outrém, individuais ou colectivos - um texto intrinsecamente dialogal. Que se apresenta imediatamente como palavra dirigida e interpelando o outro ou os outros na concretude e singularidade da sua existência, proferida igualmente por uma existência singular e concreta. Tratam-se portanto de textos imediata e explicitamente situados - temporal, geográfica, cultural e psicologicamente.
E tal como os restantes textos neotestamentários, estão redigidos em grego, que à época era uma língua transnacional, um pouco como hoje o inglês. Para além de indicar a transnacionalidade, ou multinacionalidade, dos remetentes e destinatários, apresentam-se assim como abertos à comunicação com qualquer um, filósofo ou sapateiro, pagão ou cristão, homem ou mulher, servo ou senhor, etc.
E instigam, pela sua própria dialogalidade interna, ao diálogo vivo com o presente, à comunhão com o redor. Evocam uma unidade na diversidade, incompreensível, misteriosa - mas reconhecível.
E as diversas flutuações nas definições e pontos de vista e discurso são explicitamente dialécticas. São pensentimentos diversos que se confrontam, entrelaçam, se interrogam mutuamente. São textos geradores - que menos que dar ou doar resposta ou sentido, mais que anseiam por tal.
E é neste contexto que entendo a noção de Tradição, isto é, que a Revelação não se esgote passivamente nos textos bíblicos. Que a palavra se revele também na relação concreta que cada qual tem com a interpelação dos textos, por exemplo e neste caso, as epístolas neotestamentárias. A interpelação e desafio à compreensão e execução, são elementos intrínsecos aos próprios textos.
E a sua confrontação. A verdade viva que se mostra, que vai revelando na medida da sua presença nos tempos históricos, e transbordando-lhes. E que sobretudo nos vai revelando a cada qual, próprios e individuais e dialogais, imersos
E os indícios em textos e até pessoas contemporâneas, expressões diversas, os indícios da relação que cada um tem com a interpelação cristã - é também expressão, revelação de Deus.
E sobretudo em nós próprios, no segredo de nós próprios. Porque se não se desvela e revela a nós próprios vivos e concretos, se se esgota nas representações e modos humanos de o ansear, ou se não clama por nós com o nosso nome único - não seria um Deus vivo, e a sua palavra estaria morta, não falaria e agiria nas nossas vidas e consciências, do modo misterioso que cada qual sabe.
São textos fundadores, porque movem para Deus, para que Este nos devolva a nós próprios, e à vida. E o resto é conversa.
E tal como os restantes textos neotestamentários, estão redigidos em grego, que à época era uma língua transnacional, um pouco como hoje o inglês. Para além de indicar a transnacionalidade, ou multinacionalidade, dos remetentes e destinatários, apresentam-se assim como abertos à comunicação com qualquer um, filósofo ou sapateiro, pagão ou cristão, homem ou mulher, servo ou senhor, etc.
E instigam, pela sua própria dialogalidade interna, ao diálogo vivo com o presente, à comunhão com o redor. Evocam uma unidade na diversidade, incompreensível, misteriosa - mas reconhecível.
E as diversas flutuações nas definições e pontos de vista e discurso são explicitamente dialécticas. São pensentimentos diversos que se confrontam, entrelaçam, se interrogam mutuamente. São textos geradores - que menos que dar ou doar resposta ou sentido, mais que anseiam por tal.
E é neste contexto que entendo a noção de Tradição, isto é, que a Revelação não se esgote passivamente nos textos bíblicos. Que a palavra se revele também na relação concreta que cada qual tem com a interpelação dos textos, por exemplo e neste caso, as epístolas neotestamentárias. A interpelação e desafio à compreensão e execução, são elementos intrínsecos aos próprios textos.
E a sua confrontação. A verdade viva que se mostra, que vai revelando na medida da sua presença nos tempos históricos, e transbordando-lhes. E que sobretudo nos vai revelando a cada qual, próprios e individuais e dialogais, imersos
E os indícios em textos e até pessoas contemporâneas, expressões diversas, os indícios da relação que cada um tem com a interpelação cristã - é também expressão, revelação de Deus.
E sobretudo em nós próprios, no segredo de nós próprios. Porque se não se desvela e revela a nós próprios vivos e concretos, se se esgota nas representações e modos humanos de o ansear, ou se não clama por nós com o nosso nome único - não seria um Deus vivo, e a sua palavra estaria morta, não falaria e agiria nas nossas vidas e consciências, do modo misterioso que cada qual sabe.
São textos fundadores, porque movem para Deus, para que Este nos devolva a nós próprios, e à vida. E o resto é conversa.