É depois do mundo, muito longe. Toda a gente desenha, escreve, fotografa, actua, dança, canta, filma, cozinha, guarda os mortos, filosofa. Ninguém sabe muito bem o que está a fazer. Ou sequer se isso importa. Quase todas as noites há angústias novas, insuspeitas alegrias. Ninguém olha o mar da mesma maneira que há bocado, muito raramente, tão raramente que quando ocorre, é imediatamente registado como ocorrência curiosa, interrogativa. Algo vai ressurgir, toda a gente o sabe e não o diz. E não será uma palavra. (E, e não porque.) Não será pois um ressurgir, isto é apenas um modo de falar, digamos que algo vai ser. O próprio surgir, dizem alguns no momento em que confusamente filosofam, mas também isso é um modo de falar, apenas isso, um medo expectante e confiante.