segunda-feira, abril 21, 2008

A seguir o deserto

Há a fé e o vazio das coisas, nada mais. E eu cheguei à fé pela revolta, ou pela interrogação desta. Dá-se a certo ponto da negação, uma aceitação das coisas, um amor da vida, uma relação possível. Trata-se de algo que está para lá do suicídio, isto é, que se revela quando uma pessoa passou pelo suicídio sem se matar. Não se trata dum apego, duma dependência de sentido. É algo de totalmente livre, de pura abertura desinteressada. Evidentemente que volto ao desejo, ao hábito, ao desespero positivo ou negativo, às alegrias da satisfação e da insatisfação. Faço coisas, estabeleço afinidades, descanso, emito juízos. Mas tudo isto está manchado pela libertação entrevista, pela indelével marca de plenitude da ausência, do não-saber. Por aquilo que se pode chamar: o olhar de Deus sobre nós. Um puro e bruto silêncio para lá de tudo, um silêncio vivo que se mantém para lá da morte. E mesmo isto, é já dizer demais. No fundo, trata-se dum conhecimento mudo que tínhamos na infância, de que tudo é alegre e dolorosa injustificação. E que esquecemos com o crescimento em sociedade.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

nUMA sociedade, Vite.
num degrau
que não eleva.
mas o macaco obcesso continua a encontrar, amaldiçoado pelo silencio quem lhe saiba o quando
lhe catar as costas.
e esse silencio, canto murmurio
canto murmurio onomatopeia
onomatopeia, disfarce
disfarce sofisticação
sf, raio diâmetro
revolução bi-dimensional
agarra que é ladrão
MEDO
menor cá morte
desprezo
inútil
secreto
secreto-deposto
deposto-ornamentado
ornamentado-transcendente
T-inconsciente
I-languido
L-dormir=beber=imaginar
lavar o cuzinho com água de rosas
oferecer, agora sim, com fé na macacada!

Oh, que grande abraço, meu barata!

12:14 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Cuidado com o tilt.

bjoca grande, blues

12:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

cuidado é co enter!

3:44 da tarde  

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