segunda-feira, maio 25, 2009

Humanautas 2

1. O sentido da voragem move o animal. São os dados imediatos que o alimentam, o contacto directo correndo-lhe nas veias percepção a percepção. O mundo come-o e alimenta-o.

2. O animal suspende-se no vazio da sua consciência – é o espanto do mundo que o olha. A própria limitação da percepção afirma a existência do não-percepcionável. O animal olha aquilo que não vê e cega de frémito contente.

3. Brechas abrem-se no corpo do animal, por todo o lado. Olhos despontam nalgumas, noutras espelhos. Na sua imobilidade se dinamiza o seu despertar, letargia de sabedoria. O animal não espera, e queda-se.

segunda-feira, maio 11, 2009

num pequeno instante o todo, agora

segunda-feira, maio 04, 2009

Isso e mais

Medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo a luz medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo a dor medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo nada medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo arder medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo deixo ir medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo por dentro medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo minha mãe medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo grito medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo sufoco medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo medo a mão, tu, entrego.

Viu-se um fogo o céu nas máquinas a bondade na senda o deus. Escuro fio escutou-se em vala o narrar saco rasgo costas sim navio fogo faça-se. Agarrou-se fundo maca leite sem talha risco vivo. Mala posta saca dextra na costura dentro diz deus dias. Ergueu-se porta tanto vaso parra lama no estertor. Água deu-se terra néctar fruta véu no canto cisne. E sangue vinho colheu-se viagem mar terra tanto. Numa manta sono desperto palavra dada dedo secura. Não balde poço mulher casada. Grupos espanta ordem côr chão veneno assim. Varre estrelas aço invenções. Pétala carne arde estaca peito costas. Chão crava ri e coisa urra mal o bem brinquedo morte. Templo pedra joeira tijolo cima baixo isso mel gafanhotos deserto coração o rio as gentes chicote indústria girassol agora. Volta gaze fechadura tresvario três dias. Sempre. Mas diferente metal sonoro duas mais caminho unha mola dente elástico. Corda pulo buraco dorme barco agita volta catástrofe árvore clama. Tremura flores barra vozes sem fome tarefa doada. Um milho. Choques cruz já dissera dia sempre abertura veias chá desenho lua. Mocho arrebata neve raposa trilho lobo. E serpente mundo jaz sempre fecho. Virá lento contraste combate veloz tropel e não galope duas mãos apertam. Olhos rasgarão fenderão humedecerão. Haverá mesa estrela ternura tantos todos. Galo dois lembrado será foi nascido saberão ler dizer fazer viver. Não mais separação faca cega pancada mole testa inchada. Não mais. Não mais pûs amêndoa. Não mais palavra menta. Não mais inchaço tarde. Prado pássaros flores no vale corpo maior todo alma sexo. Anjos perto dentro dizem esfera vê-se o cima o baixo. Tudo amor tudo une tudo conecta vê-se escada cave horizonte vermelho azul branco e mais. Dançam céus areias rostos desejos cal diamante vagas poeiras ideias fumos e fontes. Agem paixões tensões chispa clarão anelos remissões ecos silêncios faunas oceanos e olarias. Deus disrupção.

Iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiih cretmeras rangargolimanenenenenenenenenenenene, poutepatarrrrrrravsca tlê tlê tlê, rat mã facht. Titititititititititititit plarro. Bomp nac dôva nalhamir, don don ton. Vlencor najta bam bam bam. Pirromalhe drafta mej, ed drec ol ed drec o ma. Er. Reta vu. Jatenpzê difalhençar. Ttttttttttttticalhlhlhlhlha mintapro. Blentrrá. Mirinsita deletarra, jistaporre elimatrassa, drunvatê drunvana. Vvvvvvvvvvvvvvvvalêta! Brintalhê! Nic nic naito, brin da tê. Briche! Drivimolamginô, drinvacô rtantovi, baltradó drafzengori driz du driz da, pelenti. Do do dô ladfenchacu, vlasta! Nê nê nê, alpencô, u u u. Jna volmique na tun draiêia, varromil lante nade cromalhe. Jnac jnac jnac. Dintu lhena drajagrosa, sassassassassassassassassassa prantol. Sésséssésséssésséssé! Nuntro! Jadornique? Prantol. Janordique? Brentil. Vintômar drufte. Jardoquine drufte. Brintalhê, brintalhê, dramojdalha. Vindiquê, dddddddddddddddadô dadê. Barnaquê, drinvacô: vate vita vindalhô.

E não abandonáramos a cidade, como os incautos juízes declararam. Soubéramos sim, que no coração de cada qual habita o inimigo mais feroz, e que a luz do mundo é um estertor da escuridão, sua potência um avatar do vazio. Que a traição atingiria o seu esplendor amiúde, com toda a aparência duma vitória terrestre, que fecha o céu na medida do seu orgulho; isso, também o sabíamos, e directamente o dissémos, para quem se quisesse escutar. De resto, o mundo havia de seguir o seu caminho, quase como se nada fosse. O que houver a fazer o aceitamos e tentamos. Rezamos no escuro, e esperamos enquanto agimos. Amanhã já chegou, e mãos sujas já não nos assustam, nem a mais funda ferida nos assassina. Como as folhas que secam passam os outonos. Virão sempre outros, e sempre o mesmo há-de murmurar: vem, enterra o tempo e não olhes para trás; vem, a noite é o arbusto que não tolhe e fala; vem, eu serei o tempo e tu o vento, eu serei a luz e tu a noite; vem.