Meios buracos 2, ou a porta estreita
É verdade o que dizes, muito verdade.
E por outro não o é, tanto muito não o é.
Só o fio do funâmbulo, detém o sentido.
E por outro não o é, tanto muito não o é.
Só o fio do funâmbulo, detém o sentido.
8 Comments:
A vida será sempre um universal maior que a razão... mas só nesta confio... Mas, sim, não sou um racionalista... e até os estúpidos me trazem alegria... falo da saudável, sem ponta de ironia.
Sim, um pouco isso.
A razão – e o olhar, e a sensibilidade, e etc – orientam-nos em algo que os e nos envolve. Eu confio mais ou menos em todos, ou na dinâmica que se vai gerando entre todos, e que nos constitui.
Passa-se que nem o que nos constitui se sustenta a si-próprio, e por isso é sempre possível a feroz suspeita (nenhum Kant vencerá alguma vez e de vez a possibilidade do cepticismo mais radical) nem o todo que por vezes até merece o nome de “eu”, é visivelmente auto-sustentável.
No fundo, só confio mesmo é em Deus, que nem conheço ;)
Relativamente à ambiguidade da verdade, ou do nosso acesso a ela, trata-se duma (in)determinação eminentemente existencial, e releva da relação que mantemos com as coisas e connosco produzir um sentido que extravasa a estrita objectividade. O mesmo acontecimento de vida (uma experiência estética, um divórcio, uma paixão, um acidente, uma doença, um emprego, uma descoberta científica, um climax dos sentidos, o que for) poder sempre levar-nos a realizar-nos, construirmo-nos e descobrirmo-nos, ou à perdição de si, à confusão desesperada. O sentido do caminho é algo de originariamente misterioso, precisamente porque não nos é intrínsseco (não nos auto-sustentamos, no limite, tudo o que somos e fazemos está fundado ou apoiado em algo que nos escapa).
Um pouco como se o sentido não estivesse directamente nas coisas, ou aí não se esgotasse, mas na dinâmica que nos implica vivencial e pessoalmente. Algo do género.
E, já agora e quiçá a propósito, faz um bom relatório de estágio, Lord ;)
Adenda: Deus, que reconheço sem conhecer. Reconheço, na medida em que Ele me conhece e me revela. Trata-se dum acto, claro; Deus é puro acto, diziam os escolásticos. Nenhuma representação o pode fixar. Só o fio do funâmbulo etc
Paz e bem, Pedro Aurélio, e abrenção. PS: Não sei bem se os frequentadores deste botequim podem ser todos apelidados de “irmãos em Jesus” mas pronto ;)
Não confies tanto em Deus... É... incompreensível! :)
Abraço, Vitor.
Por isso mesmo ;) (Só o que extravasa algo pode cerceá-lo e orientá-lo no que o extravasa). Abraço, Lord
Confiar não implica compreender. É no que compreendo que não confio.
Que Deus vos guarde.
Amar, claro, maister. Pressentir o lá fora. Abraço em Deus, caríssimo PS: A Maré Negra anda com as focagens políticas certeiras (e não me refiro a pontualidades eleitorais).
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