Igreja 2
Ele estica os braços num abrir de olhos, num desejo de luz e visão. Ele mexe-se numa atmosfera pesada de invisibilidade, sente o corpo envolto por uma densa liquidez de mel, porosa. Ele mexe-se e apenas o tacto é visível, move-se sem som, odor, imagem – o tacto incendeia uma indefinida direcção, um horizonte em cegueira, redondo.
Já não reconheces aquilo em que te conheces?
Ele roda pelo espaço sem limites apreendidos como se se entregasse gradualmente ou se esvaísse de sonho para sonho, um peixe nadando estonteado oceano a largo, E o oceano se tornar um texto geométrico, uma caligrafia que nomeia e cria, O nada, A morte na semente.
Ele embate.
Algo o fixou no gesto total da sua acção. E interroga, como se fosse um espelho ou um guardião da porta. Ele pára, e essa quietude é uma expansão que se manifesta numa explosão tremenda na raíz do tacto. Assim a palavra falasse no espaço, o verbo agisse no movimento, a boca abrisse e tudo engolisse em direcção ao infnito.
Tenho visto muitos vidros assim eléctricos como olhos esgazeados ou diamantes de órquidea violenta, Acções nos dias que se acumulam uns nos outros na caixa da insatisfação, Mas fala porque eu te nomeei, Fala e ponho à prova a questão silenciosa, o nervo comum a todo o pensamento, a imagem matriz do sonho em que a humanidade se estilhaça. O olho amplia-se à visão esférica englobando o espaço em redor, Não reconheces o infinito que te sugeriam as palavras subliminares? Se alguma vez se pudesse falar, dirias Gota Folha Vento Corpo Fogo Céu, sem projecção nenhuma, Não Não Não, Onde se silenciou o rumor, o poder se tornou prisão, Fala, a palavra, e se atinja por fim o princípio, Ou seja, ver a visão que nos olha através, Diz diz diz poder Ouvir e Olhar e apreender dentro do Espanto Dentro do espanto.
Um rumor surge na boca do estômago. Uma trégua numa treva: luz. Irrompe o gesto algures, nalguma madrugada.
Os dentes cravam-se no pânico, esse efeito do espanto. Acorda-se dentro do gesto. Gelo e quietude. Um som oco devora a madrugada.
Foi-se a semente, a planta imaginada.
Onde se separaram as linhas de acção do espanto e da voragem? Era uma tensa e feroz situação. A velocidade habitava a ânsia. A planta crescia na pele, alimentada pelas veias. E os orgãos do corpo cresciam na dor de expansão.
E eles constroem sem contemplar, vivem sem respirar. Eles, os apanágios do medo.
No sangue do cimento.
No abismo das janelas.
E o rumor acende-se no âmago dos dias. E o rumor é os dias.
A planta cheia de sangue, os dias de força, uma folha na água, gotejando o silêncio.
No toque da imagem apagada, o coração bombeando fracamente o sangue.
Sabem o fogo subtil que é necessário manter constante e regular em risco de explosão ou apago? Somos as mortais latitudes do nosso próprio projecto. Ou doutro modo: do nosso próprio pânico.
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Já não reconheces aquilo em que te conheces?
Ele roda pelo espaço sem limites apreendidos como se se entregasse gradualmente ou se esvaísse de sonho para sonho, um peixe nadando estonteado oceano a largo, E o oceano se tornar um texto geométrico, uma caligrafia que nomeia e cria, O nada, A morte na semente.
Ele embate.
Algo o fixou no gesto total da sua acção. E interroga, como se fosse um espelho ou um guardião da porta. Ele pára, e essa quietude é uma expansão que se manifesta numa explosão tremenda na raíz do tacto. Assim a palavra falasse no espaço, o verbo agisse no movimento, a boca abrisse e tudo engolisse em direcção ao infnito.
Tenho visto muitos vidros assim eléctricos como olhos esgazeados ou diamantes de órquidea violenta, Acções nos dias que se acumulam uns nos outros na caixa da insatisfação, Mas fala porque eu te nomeei, Fala e ponho à prova a questão silenciosa, o nervo comum a todo o pensamento, a imagem matriz do sonho em que a humanidade se estilhaça. O olho amplia-se à visão esférica englobando o espaço em redor, Não reconheces o infinito que te sugeriam as palavras subliminares? Se alguma vez se pudesse falar, dirias Gota Folha Vento Corpo Fogo Céu, sem projecção nenhuma, Não Não Não, Onde se silenciou o rumor, o poder se tornou prisão, Fala, a palavra, e se atinja por fim o princípio, Ou seja, ver a visão que nos olha através, Diz diz diz poder Ouvir e Olhar e apreender dentro do Espanto Dentro do espanto.
Um rumor surge na boca do estômago. Uma trégua numa treva: luz. Irrompe o gesto algures, nalguma madrugada.
Os dentes cravam-se no pânico, esse efeito do espanto. Acorda-se dentro do gesto. Gelo e quietude. Um som oco devora a madrugada.
Foi-se a semente, a planta imaginada.
Onde se separaram as linhas de acção do espanto e da voragem? Era uma tensa e feroz situação. A velocidade habitava a ânsia. A planta crescia na pele, alimentada pelas veias. E os orgãos do corpo cresciam na dor de expansão.
E eles constroem sem contemplar, vivem sem respirar. Eles, os apanágios do medo.
No sangue do cimento.
No abismo das janelas.
E o rumor acende-se no âmago dos dias. E o rumor é os dias.
A planta cheia de sangue, os dias de força, uma folha na água, gotejando o silêncio.
No toque da imagem apagada, o coração bombeando fracamente o sangue.
Sabem o fogo subtil que é necessário manter constante e regular em risco de explosão ou apago? Somos as mortais latitudes do nosso próprio projecto. Ou doutro modo: do nosso próprio pânico.
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38 Comments:
Oi victor, bom(a)dia/tarde/noite. Peço desculpas porque não pude responder aos teus comentários no artigo "o que é isso de um Deus menor", no meu blog.
Estive fora o F.D.S. e só agora retornei à escola, onde posso usar a internet.
Assim, se estiveres interessado, peço-te que passes por lá para leres e criticares comforme a tua opinião.
Nota: Tenho poucos estudos, e algumas das tuas expressões são difíceis, para mim, de entender.
Peço-te, se puderes e se concordares, que possas revelar o teu pensamento, em toda a sua profundidade, mas numa linguagem, se possível, mais simples
Olá, Daniel.
Culpas de nada... Todas as coisas têm o seu tempo ou nenhum ;)... Este intelectualoide vai a caminho...
Um abraço.
PS: Estudos?... Simplificar?... Linguagem?... Pensamento?... Profundidade?... Bolas... :P
passei para dizer olá, vejo que passas voando. olá.
Olá olá, blues, e tu passas aflorando ;);) Já tinha saudades tuas, fica bem, um abraço.
Bom dia, Vítor.
Passo por aqui algumas vezes mas tenho dificuldade em comentar aquilo de que pouco entendo.
Bom dia, Ver para crer.
Eu também, mas vou gaguejando ;)
Senão como poderia comentar a minha vida religiosa, amorosa, poética, sonhada, confrontada, assustada, consciente, inconsciente, erótica, política etc etc etc... ou simplesmente... a minha vida.
Claro que as palavras valem o que valem perante a força bruta dos acontecimentos, isto é, quase nada.
Mas visto ser o segundo comentário acerca duma qualquer dificuladade de leitura... bem, passem à frente, ou ao lado, sei lá... Não sinto obrigação nenhuma de ser facil ou dificilmente entendível (e já agora, há coisas que não são mesmo do reino do entendimento, e não é preciso ir muito para lá da terra, basta ouvir música ou contemplar certos pores do sol :P), até porque não quero convencer ninguém seja do que for. Tento apenas exprimir-me, melhor ou pior, nas formas e balbucios que me são mais adequados.
Mais ou menos por isso é que o título do blog tem a palavra "ser" e não "doutrina".
Um abraço.
Já agora, curiosa e providencialmente:
http://jardimdeluz.blogspot.com/2006/11/primeira-lngua.html
Deparei com tal após comentar o reparo do Ver para crer, e não resisti... ;);) Muy bien, MC e senhor Calvino. A linguagem originária é onde reside o sentido primeiro, que nós depois tentamos reaprender nos símiles segundos, terceiros, etc Onde raio ouvi eu dizer que no princípio era o Verbo?... A vida e a verdade pois então vinde senhor dos céus... Que nós não temos palavras para ti... nem vida... somente anseio... e páro... isto já é divagação, sem ligação consciente a nenhum comentário... eh eh eh... cassete de catecúmeno... Et l' amour rira du ciel et de l' enfer... outra cassete... códigos... vagas... a vida somente nada mais... estranho... estranho como o encontro da minha natureza consigo própria... vida dum raio... parar, pois... li eu noutro blog hoje também... para e paris, aliás... eu até nasci lá... em Paris, quero eu dizer... il pleure sur mon coeur comme il pleut sur la ville... tu penses que t' as l' exclusivité de la douleur, connard?... páro... sim, sim, sim... je vous embrasse... à bientot... escrita automática, também tem o seu quê... talvez não aqui, claro... pronto, pronto... até já, até já... ou adeus... o que fôr... Et Dieu juge, et Dieu jauge... abreijos...
Há dentro de ti um místico... ansioso por ser desfuncionalizado! ;)
Abreijos para quem, hum? Ne sont pas que pour moi? (olha não saiu mal de todo ) :p
Acreditas que só agora consegui ler o texto? Não sei se o entendi, sei que gostei de o ler.
Abraços então!
Vê-se logo que és bispo, ó Erewhoff ;) A questão está em como se concebe a Igreja e o seu sentido… Etimologicamnte tem que ver com chamamento e assembleia… De Deus e em Deus, claro está. Isto significa, como é evidente, que o seu fundamento primeiro e último é Deus… E que a assembleia (comunhão) entre o humano e divino se efectiva em Jesus Cristo. Esse é o fundo da tese paulina do corpo místico. Místico, repita-se, as vezes que forem precisas, isto é : infindas e contínuas.
Por outro lado há o lavar a louça… Quero dizer, a malta tem de organizar-se socialmente, e para o caso, dada a instituição e a sua história, até politicamente… E aqui sim, tantas vezes o rabo se torce… Porque tudo isso, do ponto de vista eclesiológico, perde todo o seu sentido e sabor quando desconectado com o seu fundamento místico. « Ouvi » há dias e para aí um tipo exclamar « O cristianismo está decadente... e a culpa é vossa! Mística, foda-se, mística!! » ;) ;) « Vossa » entenda-se, dos cristãos. Penso que todo o cristão deveria meditar seriamente nisto, porque é bem verdade que o funcionalismo orientado apenas para si, e desconectado daquilo que deveria servir, tem feito inúmeros estragos na(s) igreja(s) cristãs.
Mas eu nisto da instituição eclesial tenho a vantagem (?) de ser leigo numa sociedade mais ou menos laica… e nenhum funcionário eclesiástico tem poder administrativo ou canónico sobre mim, exceptuando aquele que eu lhe permito ;)
Abraçon e abraçoff !
Oh Malu ma chéri, arranje-se então um saluto only pour nós… Que tal o já usado Abrençãos ?... Eu gosto muito deste ;) ;) E não saiu fonéticamente nada mal, não senhora, até já o cantarolei… Ne sont pas que pour moi, pa pa pa… à Pâques pour toi et moi… Eh eh eh… Há coisas que não têm que ver com entendimento… a idolatria deste sobrevaloriza-o… Sete rosas mais tarde… A águia conjuga-se sempre no futuro… (Paul Celan, estes dois últimos soçobros do entendimento ;)… Isto é dito num tom de brincadeira, porque é avec toi… Mas é do mais sério que há… como sempre avec toi, aliás… e que o amor abrase o entendimento… Abrençãos, pois, caríssima.
Ok, embuçado, o netroglodita já pesca essa dos downloads ;) Gracias
Gostaste das músicas? :)
(As «Iglesias» sempre foram - e sempre serão - a miseribilização do divino... Por mais que insistam... a verdade é que Deus não é para todos - de cima para baixo - é apenas esperança de muitos - de baixo para cima.
Claro que me preocupo com o meu irmão... mas quem é o meu irmão?)
Abraço, Vitor.
Erewhon. Por isso - porque deus não é para todos, de cima para baixo - é que o Filho do Homem desceu ao mais fundo dos fundos. Deus de Deus, morte da morte, treva da treva. E disto as trevas não sabiam, e não o puderam entender.
Por isso, também, não há caminho nosso - no sentido existencial teodelirante do nosso anfitrião aqui - que não seja caminho ascensional: não das trevas para a luz ("a Deus, ninguém o viu") mas das trevas para a noite maior. E a noite está para a treva como a dança está para o abismo.
Todo o resto são rabos tortos.
Abraços.
P.S. A ver se é hoje que vou buscar as musicas. Não tenho muitas delas. Gracias.
Falando em «rabos tortos»... és um bom argumentador do cristianismo, pá... mas nem tomar bem conta do teu cristianismo consegues... Claro... o pecado com «P maiúsculo»...
Deixa-te destas tiradas «o Filho do Homem desceu ao mais fundo dos fundos. Deus de Deus, morte da morte, treva da treva. E disto as trevas não sabiam, e não o puderam entender.»!
Jesus, um judeu profeta, que em nada envergonha a tradição sapiencial e mística de que foi herdeiro, homem de grande dignidade moral, política e civilizacional... foi executado pelo estado imperial greco-romano (Sócrates, lembras-te?)... porque propunha com grande força espiritual uma alternativa de civilização. Foi executado como um pária, como se fosse merda, porque para Roma não passava de mais um macaco judeu, ainda por cima perigoso. Não me venhas cá com «fundos» e «trevas»!... matáforas, meu caro Goldmundo, metáforas de cristão culto!
Vitor, acho que ainda vou ver «hamburguers cristãos» pelas covas da APS (Associação Portuguesa de Satanismo)... a cova dos leões é tão funda. :)
Errata: «matáforas»... Mas gostei... Muitas «matáforas» percorrem a História da humanidade, mascarando a mentira e expulsando a verdade dos caminhos.
P. S. Descarrega, Goldmundo... não deves mesmo ter muitas... só isso pode explicar aquelas tretas do «gótico andrógino»! Vai dizer isso ao Byron e ao Blake!
P.S. Vitor, esta sequência foi cá o acólito do Anjo a pensar em vossa «santidades» cristãs:
The Mission_Wasteland - 1986
The Stranglers_God is Good (live) - 1998
Alien Sex Fiend_I Walk The Line - 1986
:)=
Comentário cristão de Maister; comentário herético de Monseigneur.
(Para aferição de tal, ver comentários ao post “Esta manhã” um pouco mais abaixo).
Como devido, aliás. Cada qual de nós é quem é e se faz.
Sieur, essa da sequência pensada deu-me vontade de ir ouvir o álbum “Men in black” dos Stranglers… Conheces a ilustração da última ceia que o acompanha (quero dizer, pelo menos na edição vinyl)?… É muito pertinente, e até ecoa os vossos comentários…
Matáfora... brilhante, oh signicante acaso que tudo reges ;)
Oh acaso acaso, mas que raio queres tu significar com "signicante"?... Que o significado é a redução da plenitude do signo, fechando-o numa única interpretação?...
Bispo, no cristianismo, o teu irmão é... o próximo. É completamente delirante, certo, e impossível de executar (qual próximo? o estupor do vizinho que me envenenou o cão?...) Ma é cosi... :P
Claro que a fraternidade cristã não se executa apenas no delicodoce irmãozinho irmãozinho... Instiga até, e por fraternidade, precisamente - a virar a mesa ao irmão. Mas a nunca quebrar o laço de amor...
Bolas que hoje estou em dia de comentariada intermitente ;) Poderia até continuar indeterminadamente... Cada dizer chama outro, sempre e sempre e sempre até... pois.
"Jesus propunha uma alternativa de civilização" O_0
Lorde, isso era o Malcolm X. Chacun a sa place :P
E obviamente mantenho a do andrógino (o Byron?! quem tu foste buscar). Já o Blake era um patusco. Mas pô-lo como gótico é como dizer que a Madre Teresa é feiticeira wicca... O negro ramificou desde o início, e ainda bem, e claro que as coisas influenciam as coisas... (curiosamente, foi quase em simultâneo que o Brummel inventou o fato negro agora usado pelos "executivos"...)
Exacto. Chamamos-lhe hoje uma «civilização de culpa», algo muito diferente da «civilização de vergonha» da antiguidade. Antes dos teóricos pós II Guerra Mundial que o perceberam, já Wilde na «Carta a Lord Douglas Escrita na Prisão de Reading» tinha chamado aos ensinamentos de Jesus uma teoria do perdão capaz de libertar o homem da prisão do Eu, ou seja, o perdão faria com que os homens se pudessem tornar Outro, «ressuscitariam» em vida para um novo ser de si. Assumir a culpa, pagar a culpa, ser perdoado da culpa é não só a base moral da civilização actual mas também o seu fundamento jurídico. O cristianismo é uma forma de moral que recusa a ideia de Destino, a alma, mesmo contaminada pelo pecado, pode libertar-se da «prisão do mundo», porque se encontrar a Graça - na minha Teologia dizemos: se se reintegrar na sua substância originária, ou seja, anterior à Queda, ou Pecado, como queiras - nada no mundo a pode determinar, ou limitar, a um momento particular do seu trânsito temporal. O homem é livre, porque essa é a sua substância, a sua alma, e por isso o espírito não está preso aos determinismos da natureza nem do tempo: nenhum acto, nenhum acontecimento particular, podem julgar para todo o sempre um homem.
Neste aspecto, da «civilização de culpa», hipostasia-se, logicamente, o papel de Jesus... mas também lhe poderíamos chamar, no contexto dos contributos da cultura judaica para a civilização humana, o triunfo da Escola de Hillel, da qual Jesus foi apenas um dos muitos representantes.
O gótico é um neo-romantismo, ou seja, um movimento cultural cuja raiz é o Romantismo, não há nada de andrógino nos seus pressupostos; a única coisa sexual que se poderia dizer, seria chamar-lhe libertário e reivindicativo da liberdade sexual feminina - a menos que estejas a falar dos rapazitos que vão ao Tocsin, mas isso é irrelevante num debate sério, são apenas modelitos.
O «negro»? Ya, OK. Não me ocorreu discutir moda. O «luto vitoriano» tem de facto algo a ver, mas é irrelevante, o negro não é da roupa, é da alma que conhece a morte, da noite cósmica que apaga as estrelas - hoje os físicos chamam-lhe «matéria negra» do universo - e do sentimento trágico da existência; além disso o gótico nunca vestiu de negro, vestiu de negro e branco, de roxo e de vermelho.
«Sê o arco-íris nas tempestades da vida. O feixe crepuscular que sorri a empurrar as nuvens para longe, e pinta o amanhã de profético raio.»
«Be thou the rainbow in the storms of life. The evening beam that smiles the clouds away, and tints tomorrow with prophetic ray.»
«A morte, assim se diz, é aquilo que faz os homens chorar, e apesar disso um terço da vida é passada no sono.»
«Death, so called, is a thing which makes men weep, And yet a third of life is passed in sleep.»
«Cada dia confirma a minha convicção na superioridade de uma vida viciosa - e se a Virtude não é a sua recompensa, não conheço outro lucro que lhe esteja ligado.»
«Every day confirms my opinion on the superiority of a vicious life - and if Virtue is not its own reward I don't know any other stipend annexed to it.»
Lord «Andrógino» Byron (ainda não havia skins analfabetos a coçar os tomates nos buracos góticos)
«Mais vale matar uma criança no berço, do que alimentar desejos recalcados.»
«Better murder an infant in its cradle than nurse an unacted desire.»
«A energia é deleite eterno, e aquele que deseja, mas não age, gera pestilência.»
«Energy is an eternal delight, and he who desires, but acts not, breeds pestilence.»
«As prisões são feitas com as lajes da Lei. Os bordéis com os tijolos da religião.»
«Prisons are built with stones of Law. Brothels with the bricks of religion.»
William «Patusco» Blake (ainda não havia Nietzsche nem Marx nem Freud)
[tradução minha]
P. S. A Madre Tereza teria, hoje, seguidoras wiccans, não duvido, as fantasias místico-sexuais da monja casariam na perfeição com as bruxinhas masturbatórias de fim de semana.
«Toda a religião no mundo que tem destruído pessoas é baseada no amor.»
«Every religion in the world that has destroyed people is based on love.»
«Há uma besta no homem que precisa de ser exercitada, e não exorcisada.»
«There is a beast in man that needs to be excersised, not exorcised.»
«O satanismo poderá tornar-se a grande religião do século 21.»
«Satanism could become the major religion of the 21st century.»
Anton LaVey
Estas são para ti, Vitor.
JAJAJAJA!!!
P. S. Se tiverem dúvidas acerca do Cristo discípulo da Escola de Hillel... fiquem sabendo que, antes de se tornar discípulo de João Baptista, Jesus foi um fariseu... Por isso é que anda mais à «porrada» com fariseus do que com saduceus... os dissidentes são sempre uns chatos para com aquilo de que se afastam! :)
Já tens ajuda para a digestão, Vitor. O Goldmundo ainda deve estar na cama! As noites no Disorder são a desgraça desse moço! JAJAJAJAJA!!!
Fui ver, já não me recordava... Os Stranglers eram muito «teológicos» nas capas dos álbuns! :)=
Morreu o Cesariny :(
Ena bem... Citando um comentador :"O que práqui vai... Tenho que ler isto com calma." ;)
O porteiro do Disorder anda a coçar os tomates?... Será red?... Ou nada disso?... Coisas estranhas... Parece que no Jukebox houve granel este fim de semana... O que é estranho é que o neo-romantismo, do ponto de vista neo-nazi, deveria ser uma decadência a combater... Há góticos neo-nazis?... Os meus amigos góticos (ou whathever;) andam doentes com estas estórias, e eu também, já agora… Lá que a visibilidade skinheadica aumentou em Lisboa, lá isso…
Quanto ao Cesariny, esse maior poeta, já tinha idade suficiente para não nos deixar tristes mas gloriosamente saudosos e respeitosos… A união nele entre a poesia e o comportamento merece todas as vénias.
“Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca”
Á tua, Mário! Até já!
O Presidente da Câmara de Lisboa já disse que vai dar o seu nome a um «equipamento municipal importante»... Não me digam que vão mudar o nome ao Parque Eduardo VII!!
Abraço!
Não há góticos nazis... há é cada vez mais merda que se engana no caminho para o esgoto!
Ih ih ih... Engraçado... Pensei exactamente isso quando li o Carmona dixit... E visitas historico-culturais ao Finalmente... ;) Mas isto dos nossos supostos governantes... Leste as declarações do Cavacas e da outra, a ministra da cultura?... Não as tenho aqui, mas eram daquelas anódinas frases que se podem debitar acerca de seja o que for... Tipo lá num ficheiro qualquer “para quando um artista ou poeta se fina”... E claro, à moda contemporânea, Foi um grande artista e poeta, que marcou o séc. XX português... bla bla bla... Sem posição nenhuma, afirmação alguma, ideias nickles... O Estado é uma banana com sabor aplicável a todos os gostos dos macacos... ‘Tá-se bem... Nós estamos aqui para representar toda a gente, todos os portugueses e pessoas de bem (falta claro definir o que é esse bem, ou afinal que raio eles representam...)... Bem, hoje deu-me para aqui... Deve ter sido do esgoto ;) Mas é também nessa ineficácia da democracia representativa aliada ao liberalismo que muito miasma cresce… Abraço. PS: Gostei muito da tua “despedida” ao tio Mário lá no Crónicas... PS 2: Quanto ao resto, estou ainda em digestão... ;) PS3: No entanto, também vejo uma relação entre a interrogação dos signos masculino/feminino e o neo-romantismo, e também digo o Byron, quem foste escolher... :P Quanto à violência religiosa, não me parece ser maior nas religiões que invocam o amor do que nas outras... Poderia talvez pensar nas tensões e correspondentes violências que distinguem o monoteísmo de outras religiosidades, isso sim... PS 4: Bom feriado e etc
Mas nas que invocam o amor... o pecado da violência é maior.
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