segunda-feira, outubro 09, 2006

Ciência 2

Aqui, a palavra é silêncio.

O eco contém o significado inteiro.

O contrário do dizer, no próprio acto da palavra.

O apóstolo fala, para que a realidade seja dita, não na sua palavra, do apóstolo, mas na vida inteira, na vida inteira pouco mais.

O apóstolo fala, na absoluta escuta.

No exterior a partir de dentro, digamos assim.

Diz o espírito: Não foques a luz do sol, mas sim o que esta ilumina.

E de vez em quando sim, olha para o sol directamente, no cego encantamento, apenas para não esqueceres, que é de lá que tudo se mostra.

32 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Continuas a falar-nos de Jaafar e na sua busca, pois no 'silêncio' no 'eco' e na 'luz', leio sobre O Caminho, a Verdade e a Vida.

Ainsi soit-il

4:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Continuas a falar-nos de Jaafar e na sua busca, pois no 'silêncio' no 'eco' e na 'luz', leio sobre O Caminho, a Verdade e a Vida.

Ainsi soit-il

4:54 da tarde  
Blogger Andante said...

Ena, Vitor!

Silêncio, no meio da multidão!
Eco, da verdade das palavras!
Profeta, aquele que diz a verdade!
Sol, Luz = Cristo!

Escuta o Caminho da Verdade para a perfeição = Jesus

E lá se vai fazendo a peregrinação...

Beijos peregrinos.

5:17 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

"O apóstolo fala, na absoluta escuta."
Lindo!

1:54 da manhã  
Blogger NaSacris said...

O sol e o que ele ilumina...
O mensageiro e a mensagem... E alguém para acolher essa luz.
Abraço!

12:36 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Oh oh, mas eu não sei se Jaafar é apóstolo… ;) Talvez o homem do véu…

Bem, seja como for, o escriba não tem direitos de leitura… Se em ti produzir sentido e vida o apostolado de Jaafar… ainsi soit-il, bien sûr.

Na minha suspeita, nem Jaafar nem o homem do véu são cristãos (embora com este me surja por vezes em rebate contrapontístico, de ele ser o próprio Cristo ;)… Huuuum…. Eu tenho tendência para ver Jaafar como muçulmano, mas lá está, isso sou eu… Mas o homem do véu… realmente não sei… Gosto do seu mistério e indefinição (daí o contraponto… pode até ser o próprio Jaafar, mas enfim, esta é por demais plana…)

Parece-me interessante pensar num apostolado não cristão. Enviado por Deus através do Seu verbo (que doutro modo poderia?) mas que não Jesus Cristo, senão é batota ;)

Abraço.

4:21 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Querida Andante.

Sim, para mim Jesus Cristo, sempre.

Ouvir o silêncio na cacofonia, é um grande dom, e um grande esforço, lá está.

E pois, eu lá a vou fazendo também... com tombos e protestos ;)

Bjocas

4:23 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Oi, bluesmile.


Sempre gostei da ideia delirante da palavra revelada incluir quem a lê, revelá-lo… Ser uma palavra de prévia escuta e acolhimento, onde o leitor ou ouvinte se encontra e descobre, a si próprio. O apóstolo, na sua pequena e pessoal e humana palavra, ecoa a palavra divina, que o significado e sentido de tudo inclui.

Beijos

4:27 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Olá, Nasacris, o justo

Pois, isto tem de ser trinitário ;)

Um, o outro, e o laço.

Abraço

4:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se fossemos todos apóstolos encontravamos o fim?

7:08 da tarde  
Blogger Manuel said...

Vitor,

Sabes que cada vez que leio este teu texto me lembro do "linguajar claro, transparente e limpo" da poesia da Sophia?
Näo me perguntes porquê. Algumas associaçöes percorrem caminhos que só Deus conhece! Deve ser o eco... :)

Abraço

7:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sim, mas poderiam ser 'pastores' (?) vi-o praticamente, como o Visconde de Pontbriand. Depois, porque "Cabeças de carneiro caem junto a Jaafar " e em "Jaafar olha a cabeça de carneiro, o homem sentado encostado à parede..." sugeria-me a sua própria figura, mais alors...

9:27 da tarde  
Blogger Lord of Erewhon said...

O silêncio fala no orvalho que escorre no dorso dos camelos.

:)

1:04 da manhã  
Blogger Vítor Mácula said...

Caro Tó Gomes.

E o início… Alfa e ómega… Ou nem um nem outro, quero dizer… temporalmente, o fim de algo é sempre o início de outralgo, mas quem sabe se certa simultaneidade de ambos não corresponde à sua superação, outro modo de ser e pensentir.

Curioso é que se fossemos todos apóstolos (enviados)… a quem seríamos enviados?... Uns aos outros… Huuuum… Sim, é pensável…

Abraço.

10:20 da manhã  
Blogger Vítor Mácula said...

Olá, Manel.

Falar a escuta, dizer o recebido… é falar “claro, transparente e limpo”. Também o poeta revela a flor e a dor, ou para tal tende e intende.

Abraço.

PS: Nunca li muito a Sophia… No retiro que fiz este verão, muita gente falava dela, ou melhor, dpositaram vários livros dela na sala de leitura… Acho que nutro um preconceito contra ela… essa beta deslavada :P Deve ser do nome, essa catrefa com que ela se nomeava… E do "ph"... (Curioso, agora reparo, hp... :)Deslavada porque sem jactância de condessa (ora porra, a Agustina é outra conversa, eu adoro a Agustina mesmo quando não gosto do que diz ou escreve… ;)

Mas isto da malta envolvida num certo cristianismo “esclarecido” (ou que tal pretende) em Portugal, costumam ser… uma cambada de betos, pois… Os senhores psicólogos (toma lá que já pequenalmoçaste :P os senhores professores universitários, os senhores engenheiros, os senhores médicos… E isto, para além de ser uma desgarrada preconceituosa e irónica das minhas fóbicas representações, diz também algo sobre a sociologia do cristianismo em Portugal, não?... (E não só…)

Dito isto, nada tenho contra os betos ;) Ou contra… Bem, isto dum país de doutores e engenheiros…

PS 2: Este comentário saiu um bocado estranho… Eh eh eh… Tu andas a estudar psicologia, não é?... Desunha-te :P

PS 3: Isto de assumir preconceitos tem o seu quê… A verdade te libertará, claro (dos preconceitos, também).

10:31 da manhã  
Blogger Vítor Mácula said...

Oh, por falar em viscondessas, o Charles, pois claro… Eh eh eh, dito assim, até parece que estamos a falar dum personagem do Proust. Mas sim, “praticamente como”.

Nunca li muito o Foucauld (isto hoje está pra isto, ‘tou a ver… ) mas aqui por mero acaso de leitura… Não sei se o seu “convertendo-se” tem a violência de Jaafar… Quero dizer, a sua expressão, porque o “convertendo-se” cristão é sempre violento “interiormente”.

Ele fala directamente dos muçulmanos, nos seus desérticos textos?...

Abraço.

PS: Pastorícia, claro, Jaafar… A agricultura é outro plano ;) Talvez o homem do véu (nenhuma rosa…)

10:36 da manhã  
Blogger Vítor Mácula said...

Um toque de rosa e raíz no peregrino camelo.

Bom ;)

À tua poética saúde, Monseigneur.

10:37 da manhã  
Blogger Vítor Mácula said...

Bem... estes comentários de hoje, têm todos um toque... "aristocrático"... Huuuuum...

10:38 da manhã  
Blogger caminante said...

Sabía, caro Víctor, de tu sabiduría y de tu bien hacer. Tus palabras son como el eco de las que dirigió Benedcito XVI a los teólogos estos días. Me soreprende, gratísimamente la similitud.¡¡¡Bien!!!.
Un fortísimo abrazo.

8:20 da tarde  
Blogger caminante said...

Sabía, caro Víctor, de tu sabiduría y de tu bien hacer. Tus palabras son como el eco de las que dirigió Benedcito XVI a los teólogos estos días. Me soreprende, gratísimamente la similitud.¡¡¡Bien!!!.
Un fortísimo abrazo.

8:20 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Alô, Caminante.

Referes-te às relações entre a fé e a razão ?... Bem, vou dar um pulo ao site do Vaticano… O amigo Benedicto é sempre interpelante… ;)

Seja como for, nem todos teólogos têm de ser apóstolos… Ou nem todos os momentos teológicos têm de ser apostólicos… Isto dos apóstolos é muito obscuro… Onde estão os apóstolos ?... Ou, se preferirmos, os momentos de apostolado ?...

Abracíssimo !

12:58 da tarde  
Blogger Lord of Erewhon said...

VERSÃO METAL (deserto de Beja)

E vem o Jizas, ganda maluko, em cima do camelo, sempr'àbrir, com uma ganda trunfa, toda no ar e diz pás ovelhas: «Ó pá, ó minhas, então que merda é esta? Então o pissoal nã se pode dar todo bem?? Hã?? Comé qué??»

Mééé mééé mééé...

«Ah pois - diz o Jizaz - méxam-se que eu agora vou aqui fazer uma cena de um milagre pró pissoal ficar todo a mamar cerveja à pala!»

(Começa a chover cerveja.)

Mééé mééé mééé...

«Ah nã gostam? Queriam vinho nã é? Ora vão... mas é à procura doutro gajo pa vos ajudar! Suas mulas!!»

___
Fica fixe, ó man Vitor pá!
JAJAJAJA!!!

4:31 da manhã  
Blogger Lord of Erewhon said...

«agradeciam»... Ora bem!... é só gente educadinha!

P. S. Valha-me o Phosphorus!... que bom que é simpatizar com o «mal»...
;)

4:40 da manhã  
Blogger Vítor Mácula said...

Caros discipúlos.

Só?... Pois, visto que nada basta ;)

Abraço

10:26 da manhã  
Blogger Vítor Mácula said...

Sieur, beber alcoól no deserto é duplicar miragens e intensificar desmaios e esvaimentos... ;)

10:29 da manhã  
Blogger Lord of Erewhon said...

Também... mas não consta que isso afectasse João Baptista, Elias , Ezequiel, nem tivesse dado menos determinação ao amigo «Jizas»... :)

2:43 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Eu cá até estou a pensar deixar de beber...

3:35 da tarde  
Blogger Lord of Erewhon said...

Agora está a ser verdadeiro!... andas a «pensar» deixar de beber!
:)=

5:48 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Porque gira a cabeça, desafiando a inconsciência?... Que sobriedade é chamada neste anseio?...

10:49 da manhã  
Blogger Lord of Erewhon said...

Nesse caso. meu caro, é coisa bem mundana... mas não, nada deixo, tanto quanto posso, à inconsciência... Sou «atinadinho»! JAJAJAJAJA!!!

12:07 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

;)

1:28 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Ena, tanta queridice... Considere-se linkado, querido... Abraço

12:59 da tarde  

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