terça-feira, setembro 19, 2006

Branco

O mundo como ele o vê, ainda tantas guerras possíveis, tantos desastres provocados, por dentro de cada um e uns com os outros e o resto e toda a puta da confusão da humanidade e da vida. É um mundo fodido, aquele em que vivemos, já os antigos o sabiam, é terrível nascer, a bem ver até, é a única coisa terrível.

14 Comments:

Anonymous Anónimo said...

já dizia a outra que morro porque não morro... mas se calhar não era disto...

10:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

óculos da loja do chinês, é o que é!

11:09 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Olá, blues.

Huuuum... pois.

Talvez entrevendo outra vida, a morte da larva, a paz activa.

Células, bactérias,disposições, ideias, coisas e culturas - o combate as gera e desenvolve.

Outra coisa, outro combate. O mesmo transposto. Tudo o mesmo e nada se impede e tudo completo, pleno. A transparência. Na vida abundante, pois.

A morte... não se trata de esticar o pernil, essa é a parte fácil, digamos assim (pode ser aterrador e doloroso, ou não, mas é algo que não nos podemos impedir de ir fazendo dia a dia...) Trata-se da nossa vida - toda a escoar, sem retenção nenhuma, previamente esquecida e inagarrável. A mais ou menos breve passagem de tudo, a água.

Algo atravessa no entanto todo este esvaímento a que chamamos vida. O mesmo que se mostra na tensão do combate, de qualquer combate, e que apela a complementaridades não vistas.

Bjocas.

PS: Bela confusão, este meu comentário... ;)

6:46 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Oh, mas claro. Mas será essa a questão?... Até porque no chinês... há todo o tipo de óculos :P Abraço.

6:46 da tarde  
Blogger Lord of Erewhon said...

Que é isso homem! Um cristão pessimista?? Tá tudo bem... Deus tem um sistema de limpeza super-eficaz... chama-se «morte»!

Abraço!

12:15 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Lamento informá-lo:deus morreu.os meus sentimentos.

5:41 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

"Trata-se da nossa vida - toda a escoar, sem retenção nenhuma, previamente esquecida e inagarrável. ."
A nossa vida é inenarrável. Mas a construção da narrativa que ainda da não foi sonhada nem vivida por mais ninguén, essa, a nós pertence.
Abraços

10:40 da tarde  
Blogger Confessionário said...

Nahhh. Nascer não é terrível. Não saber viver é que é. Vim só dar os parabéns, e deves saber porquê, amigo...

11:40 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Pois, bispo, trágico, eu diria... Que as tensões que constituem a vida possam sempre resolver-se em conflito e violência... trata-se duma possibilidade constante, intrínsseca à vida.

Nascer é vir a isto.

Convém precisar que "terrível" não significa "mau" ou coisa que o valha. Indica é algo que não conseguimos olhar de frente e sem mediações, pelo menos assim sem mais, natural e espontaneamente.

O optimismo cristão, que fez Voltaire perder a cabeça, consiste não em dizer que não há tragédia, mas que precisamente na tragédia se entrevê o sentido. Não que este se encontre nesta (não tê-lo é precisamente o que a caracteriza) mas o nosso choque com ela pode revelá-lo e erguer-nos.

Algo do género.

Abração, pá!

PS Deus não tem caixote do lixo :P (Será?...)

1:42 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Caro Diogo.

Evidentemente, é o seu desaparecimento que no-lo revela. Se não fosse na morte, não seria o deus mas tão só mais um ídolo da vida, uma região da violência (como tantas vezes o fazemos, aliás...)

Abraço.

PS: Quais são os seus sentimentos?

1:45 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Querida bluesmile.

Pertence-nos fazer algo na narração, mas não nos pertence retê-la.

E claro, é esse algo que nos define nos nossos possíveis sentidos.

Abração.

1:47 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

Obrigadão, Confessionário! Um abraço. PS: Quem sabe viver sabe morrer, já diziam os antigos. E quem o sabe?...

1:50 da tarde  
Blogger . said...

mas se é terrível - e é - é porque é também brutalmente fantástico, cest la vie

9:58 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

claro... la merveilleuse déchirure... abraço

11:31 da manhã  

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