Etimologias 3
Deus – não é a verdade no sentido do seu conteúdo ser verdadeiro. Não se trata do enunciado “Deus qualquer coisa” ser verdadeiro ou falso. Deus é a verdade no sentido em que é aí, e só aí, em Deus – que se dá qualquer verdade.
As coisas não mudam na consciência mística, mostram-se tanto só iluminadas por dentro a partir do seu fundamento.
A verdade dum enunciado qualquer depende da coincidência com o verbo divino, explicita ou inexplicitamente – e torna-se anunciação deste.
Deus não é um conteúdo – antes um revelador de conteúdos.
Cristo é o humano revelado na sua inteireza de sentido.
O sentido do verbo divino não é o de ser um enunciado – é sim o que enuncia as coisas, tudo o que há e pode ou não haver.
Jesus é simultaneamente o verbo revelado, e uma singularidade própria e única.
Luz verdadeira de luz verdadeira – tanto só. Pura possibilidade de sentido, pura evanescência para lá do ser. Por isso incarna sem elidir nem destruir o humano singular em que incarna. E no fundo quase diria: sem lhe acrescentar nada, pois que é na sua inteira humanidade e singularidade, que se mostra o rosto de Deus, uma humanidade como a de outro qualquer, tão pequena e imensa como a de qualquer samaritano ou fariseu com os seus nomes próprios.
Deus - é o que dói no inacabamento de seja o que fôr, uma relação de amor ou uma descoberta científica, um pequeno almoço ou uma sublime obra de arte. Porque todas as coisas se buscam a partir de si próprias, e só encontram interrogação. Lá no fundo, lá no fim - onde dói.
As coisas não mudam na consciência mística, mostram-se tanto só iluminadas por dentro a partir do seu fundamento.
A verdade dum enunciado qualquer depende da coincidência com o verbo divino, explicita ou inexplicitamente – e torna-se anunciação deste.
Deus não é um conteúdo – antes um revelador de conteúdos.
Cristo é o humano revelado na sua inteireza de sentido.
O sentido do verbo divino não é o de ser um enunciado – é sim o que enuncia as coisas, tudo o que há e pode ou não haver.
Jesus é simultaneamente o verbo revelado, e uma singularidade própria e única.
Luz verdadeira de luz verdadeira – tanto só. Pura possibilidade de sentido, pura evanescência para lá do ser. Por isso incarna sem elidir nem destruir o humano singular em que incarna. E no fundo quase diria: sem lhe acrescentar nada, pois que é na sua inteira humanidade e singularidade, que se mostra o rosto de Deus, uma humanidade como a de outro qualquer, tão pequena e imensa como a de qualquer samaritano ou fariseu com os seus nomes próprios.
Deus - é o que dói no inacabamento de seja o que fôr, uma relação de amor ou uma descoberta científica, um pequeno almoço ou uma sublime obra de arte. Porque todas as coisas se buscam a partir de si próprias, e só encontram interrogação. Lá no fundo, lá no fim - onde dói.
11 Comments:
Hallo querido vítor!!!
Deixo-te aqui o convite para o meu teatreco!!!
Um abraço grande
Carla Dias
http://nunolacerda.com.sapo.pt/absurdo/AbI2006.html
POR FAVOR PASSEM PALAVRA
Meu querido filósofo
já me fizeste ler isto, umas quantas vezes. :)
"Deus é o que dói..."
Ai dói, dói...e ainda bem, digo eu.
beijos, neste caso, sem dor. Só um bocadinho, de saudades.
Oh Vitor!!!
O Baptismo fez-te mesmo bem. A prosa está cada vez mais fecunda! Gostei mesmo deste texto.
"Cristo é o humano revelado na sua inteireza de sentido". Ou outra forma de dizer que a Encarnaçäo é a revelaçäo da "divinizaçäo do humano" enquanto imagem e parte de Deus.
Abraço
Vitor,
Em " Deus é o que doi no inacabamento de seja lá o que fôr", posso entender que porquanto o ser (inacabado ou sem Ele) é incompleto? Bem como todas as coisas que por tal se interrogam?
Se é assim, então digo como a MC: que doi, mas, uma deliciosa dor.
Malu
Querida Sophiarla.
Palavra passada…
Abraçurdo!
Caro Miguel Girassol.
Hum hum.
Abraço.
Queridos MC e Manel .
Filósofo, baptismo, huuuuum… Prefiro desconfiar dos conceitos ;)
Beijos e abraços.
Cara Malu.
É para ler conforme as estradas que te abrir :)
O ser é completo nada, ou se preferirmos, o nada completa o ser. O nada de passado permite o presente no nada de futuro. Ou nem isso. Mal dito, pois.
Onde está Deus, mesmo que não exista? Onde estou eu? E tu, estás aí?
A dor, é instrutiva.
Desejaria que nenhum adulto se esquecesse das perguntas da sua adolescência.
Abraço.
PS: Porra, estou mesmo pedante, hoje… :)
Vitor,
Olha, não consigo comentar a sério. Tu pões-me a rir. Já reparaste que sempre apanho com esse teu P.S? Desmancha-me,rio que nem uma perdida e os meus comentários aqui acabam por ser só gargalhadas ahahah
P. S. E eu estou 'caríssima', não quero!! :D
Malu
Caríssima Malu.
Gargalhadas é fixe ;)
Abraço.
ahahahahahah :p
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