É uma cidade coerente. Duma coesão sem estrutura. Uma cidade silenciosa. Onde a noite cobre os solos de algodão e as paredes de tensão. Tensão que se evola estridentemente na atmosfera. Uma cidade de noite permanente. De móveis escondidos como o silêncio dos tambores na idade.
Sou nu.
A janela do medo chama o vento à minha frente.
8 Comments:
Julgo conhecer essa cidade. Óptimo texto.
Um abraço
Engraçado, a imagética do texto lembra-me uma música de Nick Cave, o tema "God is in the House"... Our town is painted white, so in the safety of the night we all go quiet as a mouse... qualquer coisa do género... ;)
A nudez primordial, a Raíz.
Muito bom.
Abraço.
CARTA A UMA AMIGA NÃO CRISTÃ
Anabela:
Humanamente em total acordo com todos os pontos quantos enumeraste.
Devo uma explicação (minha) para melhor (me) fazer compreender, ou fazer por isso.
Para o Deus, em quem creio desde os tenros anos de minha meninice, há só duas portas:
A da Justiça.
Ou:
A da Misericórdia.
Tento explicar:
Queiramos o Sol da Justiça, que é o mesmo Cristo Jesus, nossa força no desalento, e SÓ POR NOSSAS OBRAS seremos presentes a Juízo, com o colapso de nossa vida que precária e bem frágil é. (Mas o A.T. advertiu-nos a todos: «Não há um justo, nem um sequer.»)
Queiramos nós a Misericórdia e a esperemos (que maior é e mais insondável do que as nossas obras e as obras todas do Deus criador), contritos, magoados na nossa miséria, prostrados, compungidos obteremos justificação.
Conhecemos como o fariseu orava dizendo «não ser como os outros», e o publicano dizendo «sou o último dos indignos». Saíram ambos do templo. O fariseu injustificado, o publicano justificado.
É este meu o acrescento a assunto «perigo», amiga de coração.
Todo o homem que horrendamente pratica o mal a si próprio se exclui do Banquete de Deus.
Caso aches «isto» íntimo, não publiques, que acharei forma de divulgar em outro sítio; é contigo, Anabela amiga, amiga de sempre, repito, é contigo.
E aí tens as minhas amêndoas da Páscoa.
há margens e limites que só se podem conhecer... com-o-ser. abraço, Wolf
ah, tinha de ser uma cantiga sobre túmulos caiados, Poisonousi ;) abraço
o “dar a cada qual” o que lhe corresponde, é deflagrado absolutamente na gratuidade divina; a justiça da dádiva não é merceeira. um abraço, Ângelo
Belíssimo texto.
bjo, bluesmile
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