terça-feira, março 23, 2010


É uma cidade coerente. Duma coesão sem estrutura. Uma cidade silenciosa. Onde a noite cobre os solos de algodão e as paredes de tensão. Tensão que se evola estridentemente na atmosfera. Uma cidade de noite permanente. De móveis escondidos como o silêncio dos tambores na idade.


Sou nu.


A janela do medo chama o vento à minha frente.

8 Comments:

Blogger HornedWolf said...

Julgo conhecer essa cidade. Óptimo texto.

Um abraço

1:20 da manhã  
Blogger The Poisonous I said...

Engraçado, a imagética do texto lembra-me uma música de Nick Cave, o tema "God is in the House"... Our town is painted white, so in the safety of the night we all go quiet as a mouse... qualquer coisa do género... ;)

A nudez primordial, a Raíz.
Muito bom.

Abraço.

10:31 da tarde  
Blogger www.angeloochoa.net said...

CARTA A UMA AMIGA NÃO CRISTÃ
Anabela:
Humanamente em total acordo com todos os pontos quantos enumeraste.
Devo uma explicação (minha) para melhor (me) fazer compreender, ou fazer por isso.
Para o Deus, em quem creio desde os tenros anos de minha meninice, há só duas portas:
A da Justiça.
Ou:
A da Misericórdia.
Tento explicar:
Queiramos o Sol da Justiça, que é o mesmo Cristo Jesus, nossa força no desalento, e SÓ POR NOSSAS OBRAS seremos presentes a Juízo, com o colapso de nossa vida que precária e bem frágil é. (Mas o A.T. advertiu-nos a todos: «Não há um justo, nem um sequer.»)
Queiramos nós a Misericórdia e a esperemos (que maior é e mais insondável do que as nossas obras e as obras todas do Deus criador), contritos, magoados na nossa miséria, prostrados, compungidos obteremos justificação.
Conhecemos como o fariseu orava dizendo «não ser como os outros», e o publicano dizendo «sou o último dos indignos». Saíram ambos do templo. O fariseu injustificado, o publicano justificado.
É este meu o acrescento a assunto «perigo», amiga de coração.
Todo o homem que horrendamente pratica o mal a si próprio se exclui do Banquete de Deus.
Caso aches «isto» íntimo, não publiques, que acharei forma de divulgar em outro sítio; é contigo, Anabela amiga, amiga de sempre, repito, é contigo.
E aí tens as minhas amêndoas da Páscoa.

3:46 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

há margens e limites que só se podem conhecer... com-o-ser. abraço, Wolf

2:19 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

ah, tinha de ser uma cantiga sobre túmulos caiados, Poisonousi ;) abraço

2:20 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

o “dar a cada qual” o que lhe corresponde, é deflagrado absolutamente na gratuidade divina; a justiça da dádiva não é merceeira. um abraço, Ângelo

2:21 da tarde  
Anonymous Bluesmile said...

Belíssimo texto.

4:35 da tarde  
Blogger Vítor Mácula said...

bjo, bluesmile

4:30 da tarde  

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