segunda-feira, janeiro 11, 2010

s/ título


à Lhasa


Eu te vi. Lembra-te: Beijei-te o sono e o teu corpo nasceu no meu. Imaginei-te abrindo os olhos de espanto recém-nascido, esticando os membros num balbucio de felicidade e desejo de eclosão. Espírito. Um rosto tão de prata e tão meu, tão homem e mulher e tão violência que me sidera e suspende e assusta. Levo a mão. Sou eu?...

(E vi um mar, um oceano calmo nascer da secura dum cardo no coração do deserto. Tentei pronunciar o nome do rosto mas apercebi-me pela minha afasia que esse nome se pronunciava em acções. Quedei-me então acesa e deixei o mar banhar-me as feridas.)