Ò miséria! Ó alegria!
Eis a pequena semente que sopra fugaz em todas as coisas e rostos, no soçobro da alma nós a vimos e vivemos, inteiramente na sua vinda em plena e divina estranheza.
Toda a nossa ida ao bem e ao belo, e toda a nossa justa ira no oposto se elevava e dirigia; mas o próprio deus nos visitou na carne e no rosto do seu filho, humilde entre todos. Não na mentira nem no disfarce, sem logro e sem ilusões ele nos mostrou o deus verdadeiro que adentro de todas as coisas e relações se esconde, mostrando-as e libertando-as no agir próprio delas; e que fulgura dito e contradito em todas as palavras e actos, que se buscam a si próprios, na medida em que se perdem no apocalíptico tempo.
Nós queríamos um mundo de luz e força que separasse os iníquos dos justos e deflagrasse nos primeiros a destruição; mas ele trouxe a luz do mundo no seu ser, a que desde o princípio dos tempos jaz na noite primeira, no segredo da vida que põe em marcha as coisas que são, no nada que foram e no vazio que serão. Ainda hoje e sempre, raramente o reconhecemos e amamos, a alma é traiçoeira, e a vontade de força e poder é o espinho que a nossa inteira carne continua a rasgar, e a resgatar; pois é na fragilidade do mundo e no rumor da sua fugacidade, que o deus a si próprio nos conduz.
Soubemos o que sempre fora dito pelos santos e profetas: que toda a potestade que se forma como poder de si, é força de morte; a segunda morte, a que apodrece a alma na vitória de inacabáveis destruições; a que ergue as torres do orgulho e nos separa da criação, fechando e sufocando a vida, num mundo que se pensa justificado no nada de si; a que nos afunda nas trevas do isolamento mais fundo; esse, que vem do desespero e da separação primeira; que erguendo-se tonitruante clama vir reconfigurar o mundo à sua maneira e adequação, e que nesse clamor abafa a única coisa em que estas afinal se desvelam: o sopro de si que se perde no outro e na criação, e que estes ama na sua inteira diferença; e que nas infindas e originais formas e forças da vida, se reencontra mergulhado no verbo do deus criador a quem tudo retorna depois do vazio, em divina plenitude.
Suspende-se aqui a bloguice; se nenhuma pura violência irromper, regressa-se a 5 de Outubro 2009. Saudações a todos, precisa e imprecisamente – na saúde e na doença, nas afinidades e nas divergências, a verdade nos acompanhe pois, onde dói e onde alegra; sangue e santidade ergamos: a Deus, até já, à vossa!
Toda a nossa ida ao bem e ao belo, e toda a nossa justa ira no oposto se elevava e dirigia; mas o próprio deus nos visitou na carne e no rosto do seu filho, humilde entre todos. Não na mentira nem no disfarce, sem logro e sem ilusões ele nos mostrou o deus verdadeiro que adentro de todas as coisas e relações se esconde, mostrando-as e libertando-as no agir próprio delas; e que fulgura dito e contradito em todas as palavras e actos, que se buscam a si próprios, na medida em que se perdem no apocalíptico tempo.
Nós queríamos um mundo de luz e força que separasse os iníquos dos justos e deflagrasse nos primeiros a destruição; mas ele trouxe a luz do mundo no seu ser, a que desde o princípio dos tempos jaz na noite primeira, no segredo da vida que põe em marcha as coisas que são, no nada que foram e no vazio que serão. Ainda hoje e sempre, raramente o reconhecemos e amamos, a alma é traiçoeira, e a vontade de força e poder é o espinho que a nossa inteira carne continua a rasgar, e a resgatar; pois é na fragilidade do mundo e no rumor da sua fugacidade, que o deus a si próprio nos conduz.
Soubemos o que sempre fora dito pelos santos e profetas: que toda a potestade que se forma como poder de si, é força de morte; a segunda morte, a que apodrece a alma na vitória de inacabáveis destruições; a que ergue as torres do orgulho e nos separa da criação, fechando e sufocando a vida, num mundo que se pensa justificado no nada de si; a que nos afunda nas trevas do isolamento mais fundo; esse, que vem do desespero e da separação primeira; que erguendo-se tonitruante clama vir reconfigurar o mundo à sua maneira e adequação, e que nesse clamor abafa a única coisa em que estas afinal se desvelam: o sopro de si que se perde no outro e na criação, e que estes ama na sua inteira diferença; e que nas infindas e originais formas e forças da vida, se reencontra mergulhado no verbo do deus criador a quem tudo retorna depois do vazio, em divina plenitude.
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Suspende-se aqui a bloguice; se nenhuma pura violência irromper, regressa-se a 5 de Outubro 2009. Saudações a todos, precisa e imprecisamente – na saúde e na doença, nas afinidades e nas divergências, a verdade nos acompanhe pois, onde dói e onde alegra; sangue e santidade ergamos: a Deus, até já, à vossa!
13 Comments:
Ola Victor!
Navegando por ai achei seu blog. Surpresa boa. Textos maravilhosos. Glórias a Deus por sua escrita!
Vou segui-lo a partir de agora. Quando tiver um tempinho, vá visitar meu blog também, o Genizah.
A paz!
Danilo
http://genizah-virtual.blogspot.com/
Vai suspender a bloguice???
E agora, ond evou encontara estes textos fantásticos?
Belíssimo, este último post!
Espero que haja mais antes de Outubro!!!!!!!!!!!!!
Pois, navegar é preciso, Danilo. Se eu-fora-blog-navegante e seu blog-navio aguentarmos até Outubro, lá estarei ;) abraço em agapaz!
Olá, bluesmile, nada de mais nem de menos: é o meu blog-retiro anual ;) Até ver, tenho blog-regressado nas datas indicadas. até já pois, com beijos blog-concretos! :)
Meu caro Vítor!
Que bom ter(es) passado lá na Ilha!
Gostei também muito do texto. Um bom texto para antes das férias, deixar aí…
Só acrescento que quantas vezes não são os orgulhosos que acabam isolados.
Ou… talvez sim, e os outros não "acabem" - mas passem por longos períodos... sim, deve ser isso…
Mas que digo eu? Longe de mim vir aqui maçar. Fiquei contente com a visita! Que saudade de vocês que iam lá à Ilha à procura "da Fada" :).
Mas aquilo tem andado parado, e o barco parece que encravou… e acabei de me espalhar com uns posts muito desageitados právisar a malta dos perigos da vacina…
Admiro a tua (sua) persistência, fiel.
Também contente por ter/es descoberto a Ana Paula do fio de Ariadne.
Desejo de férias muito azuis e com leves brisas, descanso, o melhor para ti/si, do coração.
Terpsichore, fada e essas coisas todas… :)
apreciei o blog. De Fé e mistérios Divinos e introduções profundas. Mesmo se não escrevo o mesmo português que os Senhores, de qualquer forma acreditamos neste Cristo que nos faz acreditarmos na felicidade dando-nos aprendizado nas doses que nenhum outro curandeiro é capaz. Me agrada também quando se fala da Verdade. Esta é inconfundível.
Me penitencio, amigo, de menos ter frequentado o «ser cristão...» ultimamente. Este último post bem teu e bem vivido me alegrou imenso por sintonia íntima com meus dias (estes nossos dias) e em Outubro revisitá-lo-ei e -- prometo -- mais frequentadamente.
Abraço d' Ochoa.
Hola, os dejo el nuevo enlace donde publicamos ahora todo lo nuevo que escribe Juan Masiá, tras el cierre de su blog.
http://lacomunidad.elpais.com/apoyoajmc/posts
Gracias de antemano por ayudarnos a difundirlo.
Olá, Fada
Bem, não faço a mínima de quem seja a Ana Paula do fio de Ariadne...
E não maças nada, a não ser porventura esse tratamento simultâneo de tu/você LOL
bjocas
Olá, António Carlos
A verdade é um veneno que vivifica; é o contra-clorofórmio ;)
um abraço
Caríssimo Ângelo
Ora essa... aos ritmos, sentidos e possibilidades de cada qual. Temos a eternidade para infinitizar todas as frequências ;)
Abraço!
Olá, Emmanuelle
Obrigado, esta semana espreitarei.
Um abraço
PS à fada: ah, ok, a Ana Paula do Bar. Podias logo ter dito que era uma ossiânica, que a minha blog-disponibilidade não me permite aferir todas essas coisas de aqui e de acolá ;) O fio de Ariadne, pensei na editora que tenho linkada...
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